quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Oswald de Andrade e a era Modernista

Oswald de Andrade e o Modernismo brasileiro

Fazendo parte do Modernismo brasileiro, está José Oswald Nogueira de Andrade, nascido em São Paulo e filho de uma rica família, frequentou a Escola Modelo Caetano de Campos, o Ginásio Nossa Senhora do Carmo e o Colégio de São Bento, o qual se formou em humanidades em 1908, ano em que conheceu o poeta Guilherme de Almeida.

Em 1922, ano em que eclodiu a Semana de Arte Moderna, estreou com o romance “Os Condenados”, época também em que se casou com Tarsila do Amaral, sua aliada na fundação do Movimento Antropofágico, um dos manifestos da era modernista que consistia na ideia de “deglutir” toda literatura que não fosse autenticamente brasileira.
Seu segundo romance foi Memórias Sentimentais de João Miramar, estruturado em 163 episódios e construído em forma de flashes, com uma técnica de composição cinematográfica, mesclando poesia, prosa, cartas, diários, trechos de crônicas jornalísticas. Esta técnica era inovadora para a época.

Sua obra foi a única que englobou todas as características modernistas, pois ele conseguiu com sua arte, transgredir, polemizar, quebrar parâmetros preestabelecidos por outros movimentos literários. Foi autor também de poesias, peças teatrais e crítico literário.

Dentre o seu espírito inovador, estava a capacidade de transformar textos da época colonial em poemas críticos e irônicos, justamente para denunciar o repúdio aos portugueses, como forma de negação ao passado, retratando desta forma o lado “social” que se encontrava o país daquela época. Vejamos pois, algumas de suas criações:

Pero Vaz de Caminha
A descoberta
Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra 


Os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam por a mão
E depois a tomaram como espantados


Primeiro chá 
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real 

                           Oswald de Andrade

Verbo crackar 
Eu empobreço de repente
Tu enriqueces por minha causa
Ele azula para o sertão
Nós entramos em concordata
Vós protestais por preferência
Eles escafedem a massa.
Sê pirata
Sede trouxas
Abrindo o pala
Pessoal sarado
Oxalá eu tivesse sabido 

Que esse verbo era irregular

Podemos notar que o autor utiliza dos recursos gramaticais para denunciar uma situação social, na qual a desigualdade social já se fazia presente naquela época- “Eu empobreço de repente, Tu enriquece por minha causa”.
Como fator determinante também está a questão da linguagem coloquial, traço característico do período moderno, bem como o predomínio de versos livres.









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